Depois dele, não tive
olhos pra mais ninguém. Na verdade os olhos estão sempre presentes
e os olhares sempre são labaredas incandescentes, mas aqueles olhos,
aquela doce renúncia que o olhar entrega mesmo contra a vontade de
todos os deuses, esse, não mais.
Ainda que houvesse
presença quase que diária era como se nunca mais o tivesse visto.
Como se aquele corpo carregasse um outro alguém que eu não tinha
mais tanta certeza de conhecer, mas eu conhecia, e amava. Amava e
conhecia. O que eu não conhecia era Ossanha. Dentro de mim, Ossanha.
Alquimia do amor, Ossanha. Coitado do homem que cai, no canto de Ossanha. Traidor.
E fez-se poesia, e fez
se alquimia e pulsavam os tambores enquanto me punha a pensar que
depois dele, não tive olhos pra mais ninguém. E todos os deuses se
levantaram para me dizer que eu não me enganasse, que Ossanha me
tinha olhos vis, olhos dissimulados, como os de Capitu.
Que grande loucura,
olhos, Capitu, Ossanha. Quem é que compreende os expoentes de nossa
geração? Ginsberg, Assis ou Vinicius? Capitu, o exponte com olhos
de ressaca, filha de Ossanha, filha do mar. Ca.Pi.Tu.
E ainda assim, eu
sentia: Depois dele, não tive olhos pra mais ninguém. E essa
certeza me fez paralisar e repousar num abraço confortável. Em
outros braços confortáveis Ossanha se fez, deixanado de lado
qualquer desejo meu que não fosse compatível com o seu. E assim,
fez-se mar.
Bonito!
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